Um pouco contrariado, o jovem atendeu ao convite e sentou-se ao lado do velho.

Resistiu um pouco em fechar os olhos.

O velho, percebendo a inquietude do visitante, falou no mesmo tom, calmo e firme:

– Se você não puder ouvir a Voz do Criador no silêncio não terá as respostas que busca.

O jovem julgou ser melhor atender ao velho, afinal ele era considerado um sábio. E um sábio deve ter razão no que diz.

Buscou ouvir o tal silêncio, mas a sua mente era um turbilhão de ideias e ruídos. Tarefa impossível.

Novamente o velho falou:

– Para ouvir o silêncio é preciso silenciar a mente. É preciso esforço espiritual e autodisciplina.

Fechou os olhos e disse ao jovem:

– Respire. Preste atenção na sua respiração.

A cada inspiração absorva a energia Divina. A cada expiração exercite a renúncia mental.

É fundamental silenciar a mente para ouvir a Voz do Criador em nós. 

Tal qual essa nascente, vou em busca do oceano.

E silenciou.

O jovem permaneceu perplexo com as palavras: esforço espiritual, autodisciplina e renúncia mental.

Seriam elas as respostas aos seus questionamentos? 

Olhou para a linda paisagem, fechou os olhos e, pela primeira vez na sua vida, prestou atenção na sua respiração. 

E buscou ouvir, no silêncio, na Voz do Criador, as respostas que buscava…