O velho estava sentado, como de costume, à beira da nascente, origem do rio que cortava a aldeia no sopé da Grande Montanha. 

Na sua sabedoria, reconhecia que ali estava uma linda pintura do Criador a retratar a jornada da vida.

Somos como a nascente! 

Nascemos pequenos e fracos. O tempo e os desafios da vida nos fazem crescer e nos tornam fortes.

E, quando nos tornamos rios, ansiamos pelo oceano. 

Assim é a jornada da Vida. 

Como espíritos imortais ansiamos por mergulhar no oceano infinito do Criador.

Entretanto, é preciso conhecer a nossa verdadeira essência e seguir o fluxo da vida, com determinação, paciência e disciplina. 

E pensou:

– Porque complicamos tudo!

Sorriu, fechou os olhos e permaneceu em silêncio, aguardando seu visitante.

Sim, a sua intuição indicava que um visitante cheio de perguntas estava a caminho, superando obstáculos para chegar na Grande Montanha. 

Na sua alma trazia medos, angústias, ansiedade…

O jovem finalmente chegou. Estava exausto.

Viu o sábio.

Percorreu, com a pressa da juventude, a distância que o separava do velho.

Ao chegar, ouviu uma voz calma e firme:

– Sente-se ao meu lado e feche os olhos…