A voz no púlpito soou solenemente ao citar o apóstolo Tiago em sua primeira epístola:
- “porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte”.
Os jovens se entreolharam e perceberam que estava estampada, nos seus rostos, a dúvida.
A imagem do mar tão presente em suas vidas de pescadores veio com toda a força da imaginação.
Assim os jovens pescadores sentiam o mar nos dias de pescaria:
- Ondas que levavam o barco e que os ventos lançavam de uma para outra parte!
E, nos dias de pescaria, com o mar agitado ou não, sempre estava ela presente:
- A dúvida!
A dúvida seria o destino de todos os pescadores? De todos nós?
Estavam condenados a terem a dúvida como companheira, sempre presente nas embarcações, nas redes lançadas com esperança de uma boa pescaria, na incerteza da volta para a casa…
E a voz no púlpito vibrou novamente:
- Nas ondas do mar agitado, ou não, é preciso substituir a dúvida pela certeza. Ter Fé sempre!
Então, os jovens se entreolharam novamente e a dúvida não estava mais estampada nos seus rostos.
E cada um, no seu íntimo, sentiu que sempre haverá peixes na rede, terra firme, amigos, amor, um porto seguro, um lar…