De repente o silêncio foi interrompido:

  • Quem é você? perguntou novamente o ancião.

Com simplicidade e sorrindo respondeu:

  • Sou semeador!

De onde você veio? gritou alguém no meio da multidão.

Um longo e enigmático sorriso, acompanhado de uma longa pausa:

  • De muito longe!

Olhou para o céu e os primeiros pingos de chuva molharam seu rosto.

Todos espantados olharam para o céu e a chuva desabou forte.

O semeador foi convidado a se abrigar na grande construção central do povoado.

O conselho de anciãos e alguns convidados o acompanharam.

Um grande semicírculo se formou e o ancião mais velho da aldeia indagou novamente:

  • Se você é realmente um semeador, onde estão as sementes?

O forasteiro percorreu todo o semicírculo, sem pressa, passou as mãos na loja cabeleira e sorriu mais uma vez:

  • Sou semeador de ideias!

Todos, espantados, se entreolharam e o ancião mais velho da aldeia exclamou:

Semeador de ideias!

Sim semeador de ideias!

Desenrolou um velho pergaminho, descolorido pelo tempo, e pegou uma pena de ganso. Colocou generosa quantidade da sua tinta especial, cuidadosamente feita à base de minerais e vegetais.

E começou a semear…