Lá foi o devoto em busca do guru para demonstrar sua devoção, buscar respostas para as suas dúvidas.

Nas suas mãos uma linda guirlanda de flores, que ele fez com as próprias mãos.

Uma linda combinação de diversas flores constitui uma oferta apreciada pelas divindades.

Com certeza o guru aprovaria a sua maala.

Flores adornam templos, altares e corpos…

Flores conectam e renovam a Fé…

Levar flores aos ritos devocionais é obrigação do devoto.

Por essa razão seguia orgulhoso, em meio a multidão de devotos e suas guirlandas, pleno de expectativas…

Enquanto caminhava, lembrou da sua sábia avó e dos seus muitos ensinamentos.

De imediato, ouviu sua voz firme e doce:

  • Não utilize nada material como transação com o Divino. Ofereça o que você possui verdadeiramente.

Sorriu.

Lembrou-se também de suas histórias de deuses e deusas e suas flores preferidas:

Krishna, a Verdade Absoluta, Lótus Azul e o Jasmim são as flores de sua preferência.

Shiva, o Auspicioso, prefere as flores de cor branca ou a Lótus Azul.

Vishnu, em seu altar a Lótus é a flor favorita, assim como a Lótus rosa.

Ganesha, o Destruidor de Obstáculos, alegra-se com as flores de cor vermelha.

Laxmi, a flor de Lótus é a Lótus Rosa são as suas flores favoritas.

Maa Durga, a Invencível, encanta-se com a flor de Lótus.

Surya Dev, a face visível de Deus. Seu altar deve ter Flor de Lótus.

Essa guirlanda era a prova da minha devoção, portanto imaterial.

Ademais, cumpriu com tudo que a tradição recomenda:

“Expressar gratidão à planta de onde se retira as flores.
Não cheirá-las antes de oferecê-las.
Não oferecer flores que caíram no chão.
Não oferecer flores sem fragrância
Não oferecer flores que não estão completamente desabrochadas/brotos.
Não oferecer flores que foram extraídas de outra casa sem consentimento.
Não tocá-las com a mão esquerda
Não oferecer flores que já foram oferecidas em outros locais.
Não extrair as flores depois do pôr do Sol.”

Respirou profundamente e sorriu novamente..

Sua devoção estava totalmente materializada na linda guirlanda, que suas mãos entrelaçaram com as mais diversas e belas flores.

Será que a linda guirlanda agradaria as deidades?

Será que o guru aprovaria?

Em breve suas perguntas encontrariam as respostas certas.

E prosseguia, determinado e pensativo.

☆☆☆

Era uma segunda-feira do mês sagrado de Karthika, dedicado ao ritual de adoração a Shiva.

Naquela manhã, Kabir pediu bênção aos seus pais, antes de sair de casa.

Seu pai, o austero Manu, disse em tom solene:

  • Kabir, seu nome significa “o grande”. Seja grande nos seus ideais. Seja feliz.

Nayana, sua amorosa e dedicada mãe, aproximou-se e arrumou cuidadosamente o Kurta branco com bordados dourados na gola e botões de mandalas, tudo feito por ela.

Olhou seu filho e sussurrou no seu ouvido:

  • Lembre-se dos 4 pilares da virtude, ensinados e exemplificados por Baba E beijou longamente sua testa, como se quisesse despertar a sua memória.

Kabir saiu apressado e seguiu falando, com a imagem de sua mãe àsua frente:

  • Sathya – verdade, Dharma – viver uma vida em benefício de todos os outros seres, Santhi – estado de paz independente dos meios externos e Prema – viver um estado absoluto de amor para encontrar a realização em Deus.

Sentiu-se aliviado por lembrar dos 4 pilares da virtude de Baba.

☆☆☆

Finalmente avistou o Ashram.

As palavras de orientação no último encontro com o guru tomaram de assalto seus pensamentos:

  • Kabir, faça da sua vida uma eterna celebração de Amor e de Devoção!

Com certeza naquela guirlanda havia Amor e Devoção em cada flor.

E perguntou:

E na sua vida, Kabir?