No lindo recanto do jardim do monastério estavam três vasos.

No primeiro, apenas terra, sem planta, sem flores.

No segundo, uma pequena planta em meio às ervas-daninhas.

No terceiro, uma planta com suas lindas flores, sem ervas-daninhas.

Diariamente, o mestre passava pelo recanto e permanecia um tempo, em silêncio, diante dos vasos.

Essa conduta despertava curiosidade nos novos discípulos e enigmáticos sorrisos nos antigos discípulos.

E, todas as manhãs, o mestre seguia no seu ritual.

Entretanto, naquela manhã o mestre convocou os novos discípulos a acompanharem o sei passeio matinal.

Ao chegar no recanto, pediu aos novos discípulos que sentassem nas esteiras em frente aos vasos.

Pegou o primeiro vaso e disse solenemente:

Autoconhecimento.

E explicou:

Se ficarmos na aparência, na superficialidade, não veremos a planta e suas flores. É necessário ver, sentir, perceber em profundidade. É fundamental encontrar a essência, nutrir a semente do Divino em nós. Romper e expandir na direção da Luz.

Havia um intenso silêncio.

O mestre sorriu e pegou o segundo vaso e disse, novamente em tom solene:

Autoaperfeiçoamento.

E falou pausadamente:

Para que o desenvolvimento e a germinação da semente aconteçam são necessárias condições especiais e fatores ambientais. Ao rompermos para a vida, nós somos impactados pelas dificuldades e desafios de toda ordem. Aqui eles estão representados pelas ervas-daninhas, que tentam nos sufocar e nos impedir de cumprirmos nosso florescimento.

Olhou para cada discípulo afetuosamente e pegou o terceiro vaso:

Autorrealização.

E concluiu:

Nessa etapa, a planta logrou manifestar todo o potencial da semente. Realizou seu propósito.

Sentou-se junto aos discípulos, fechou os olhos, juntou as mãos junto ao peito e concluiu:

Assim como numa planta, a nossa germinação é um processo de três etapas, que tem início e não tem fim…

Namastê!