As águas caudalosas do rio perdiam força, penetravam no pequeno recorte na margem e se aquietavam.

O velho barqueiro conhecia bem aquele remanso, local de descanso e sossego.

Ali, a cessação de movimento representava paz e quietude. Permitia o refazimento.

Havia muito esforço no exercício do seu ofício de vencer as águas turbulentas do rio e entregar as mercadorias no povoado ribeirinho.

Aquelas pessoas dependiam do seu sucesso em vencer os obstáculos e as dificuldades.

Por isso o remanso tornou-se o seu porto seguro, essencial no cumprimento  de seu dever.

Nele restabelecia as suas forças e prosseguia renovado, rumo ao seu objetivo.

Quando voltava às águas turbulentas do rio, o barqueiro seguia renovado e mais forte na sua fé…

E sempre pensativo:

– Assim é a Vida. Precisamos aquietar as águas caudalosas das nossas preocupações e das nossas ansiedades. Necessitamos de um remanso, caso contrário, podemos falhar com as nossas responsabilidades e não atendermos às pessoas que dependem de nós.