Todos os recursos disponíveis haviam sido empregados para salvar a frágil jovem que ardia em febre. 

Diante da falta de energia do corpo em combater o desequilíbrio orgânico a jovem desfaleceu. 

À bondosa senhora da caridade, que socorria a jovem naquele sertão sem-fim e sem recursos, só restou o chamado de ajuda.

Fechou os olhos e orou.

Lágrimas de compaixão destacavam o brilho intenso do seu meigo e amoroso olhar.

As mãos firmes e experientes ergueram-se na direção do céu:

  • Senhor, ajuda-nos a ajudar e que seja feita a Tua Soberana Vontade!

Naquele instante, a jovem abriu os olhos e percebeu, de imediato, na voz firme e suave da sua benfeitora, a força da rogativa e sorriu.

Na cidade grande, muito distante daquele lugar ermo e desfavorecido, outro jovem, em meio aos seus afazeres, sentiu que algo diferente estava acontecendo. 

O chamado por ajuda chegou ao seu coração. 

Sentou-se e fechou os olhos.

A cena distante pareceu próxima.

Sentiu a conexão que só os vínculos do Amor estabelecem.

Ergueu, espiritualmente, suas mãos para o céu:

  • Senhor, ajuda-nos a ajudar e que seja feita a Tua Soberana Vontade!

A bondosa senhora da caridade e o jovem discípulo já não estavam separados pelas limitações do espaço-tempo. 

Estavam unidos em pensamentos e sentimentos…

 Em oração! 

O chamado da bondosa senhora da caridade
havia encontrado eco no coração do jovem discípulo. 

A febre cedeu e a jovem conseguiu resistir.

Na comunhão de almas na Sagrada Dimensão do Amor, venceram as dificuldades e limitações do plano existencial  e socorreram em nome do Senhor.

O jovem discípulo lembrou-se com carinho da bondosa senhora da caridade e da grande lição do Apóstolo Paulo:

  • “Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e a Caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade.”

Sorriu e voltou para os seus afazeres…