Havia passado muito tempo desde que ele se retirara para aquele lugar ermo e calmo, longe da proximidade, dos ruídos, da correria.
A cadeia de elevadas montanhas, que cercava a sua pequena aldeia, tornou-se o seu lar.
E lá no vale, todos o conheciam como o eremita.
A maioria dos aldeões não entendia a sua escolha de apartar-se do convívio, de isolar-se.
A maioria o condenava pela infeliz escolha.
Como alguém é capaz de viver isolado, sozinho? perguntavam uns.
É louco! exclamavam outros.
E mais anos somaram-se à jornada do eremita.
Seus cabelos, agora tingidos de prata, cobriam seus ombros.
Uma longa barba revelava as marcas do tempo.
E os aldeões seguiam falando do eremita:
- Ele vive numa caverna!
- Ele conversa com os animais!
- Ele se comunica com os mortos!
- Ele desenvolveu poderes sobrenaturais!
- Ele…
Certa manhã desceu ao vale e buscou os aldeões, que se reuniram ao seu redor.
O burburinho era intenso e contrastava com a sua calma e a sua serenidade.
Pensou e refletiu calmamente:
- Como é difícil encontrar o silêncio em nós…