O mestre reuniu os discípulos em torno de uma pequena mesa.
Aproximou-se calmamente e não teve pressa de quebrar o silêncio com sua voz firme e serena.
Trazia, numa bandeja, um acendedor, duas velas e dois aparatos de vidro, um fosco e o outro transparente.
Os discípulos se entreolharam e não conseguiram esconder a curiosidade e as expectativas.
Sem perder tempo, o mestre acendeu as duas velas e exclamou:
- Eis a representação da “Chama Interior”. Ela simboliza a Onipresença Divina.
Interpôs os aparatos de vidro entre as velas e os discípulos.
A pergunta veio a seguir:
- O que vocês veem?
A resposta veio quase que em uníssono:
- Uma vela apenas!
O mestre sorriu e seguiu com a lição daquela manhã:
- Apesar de conseguirmos ver apenas uma vela, ambas encontram-se acessas atrás dos aparados de vidro.
E prosseguiu, com os olhos iluminados pela Sabedoria dos velhos mestres:
- Toda criatura é abençoada pela Onipresença Divina. Entretanto, nosso ego, aqui representado pelo aparato opaco, e tudo que ele significa, não nos permite revelar nossa “Chama Interior”.
Fez uma breve e provocativa pausa, como instigando os discípulos à reflexão, e concluiu:
- A Sabedoria está em integrar o ego ao Eu Sou e torná-lo transparente como o segundo aparato. E simplesmente revelar a nossa “Chama Interior”.
Sorriu, uniu as mãos ao peito.
Os discípulos também sorriram e reverenciaram o mestre com amor e respeito, pois conseguiam sentir no preceptor a “Chama Interior” da Onipresença Divina.
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Que neste Ano Novo possamos revelar a nossa “Chama Interior” e manifestar Deus em nós com Paz, Luz, Harmonia, Bem e Amor.
Namastê!